TRAGÉDIA NO LOTE 12 DA TRANSPOSIÇÃO, EM SERTÂNIA

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


Informações repassadas pela PM apontam que os engenheiros da obra haviam programado duas detonações para a tarde desta terça. A primeira, como planejado, ocorreu por volta das 16h30. Como a segunda delas não se deu no tempo estimado, foi dado um intervalo de segurança de 15 minutos. Depois disso, o blaster (funcionário responsável pela fiscalização e uso dos explosivos industriais) se aproximou do local onde estava a carga e, logo em seguida, houve a explosão inesperada.

“O Instituto de Criminalística vai periciar tudo, mas pelo que vi, acredito que algum erro no processo de detonação e no procedimento de segurança causou o acidente. Não posso adiantar detalhes porque estamos no meio da ocorrência e é possível que outras pessoas estejam soterradas”, revelou o policial João Pereira, um dos primeiros a chegar ao canteiro de obras.

Dois feridos em estado grave foram encaminhados para atendimento no Hospital Regional do município de Arcoverde. Gilvan dos Santos, de 42 anos, natural do Rio de Janeiro e que há um ano trabalha no consórcio responsável pela obra, teve politraumatismo e está em coma. A outra vítima é Valmir dos Santos, de 28, que teve uma lesão pulmonar, mas está consciente.

O diretor do projeto São Francisco, Frederico Fernandes, disse que essa é a primeira vez que ocorre uma situação dessas proporções no projeto. “Foi um grande azar. Hoje (ontem) seria o último dia de trabalho dos operários, que iriam entrar no recesso de final de ano. Também vamos apurar os fatos e identificar a responsabilidade. Todos os afetados serão indenizados”, adiantou.


Durante a madrugada desta quarta-feira (22), peritos do Instituto de Criminalística (IC) de Caruaru colhiam as primeiras informações no local da explosão. Pela manhã, especialistas do Recife devem viajar até o Sertão para tentar descobrir as causas da acidente.

Testemunhas contaram que, com o impacto, um dos corpos teria sido desmembrado após ser arremessado a uma distância de 100 metros. Com as dificuldades impostas pela escuridão e pelo terreno, apenas dois dos mortos devem ser transportados ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru durante a madrugada. A terceira vítima fatal estaria sob uma pedra, em local considerado perigoso pelos peritos, pelo risco de desabamento ou de uma nova explosão. A polícia revelou, ainda, que vários trabalhadores podem estar soterrados.

Algumas imagens passadas à redação do Blog não foram publicadas pois são muito fortes e mostram corpos dilacerados pelo impacto da explosão. Fotos enviadas pela Terceira Companhia da PM, em Sertânia.

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