Novo livro de Ariano Suassuna

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Nos últimos anos, a figura de Ariano Suassuna ficou mais associada à sua militância contra a cultura de massa, à defesa da cultura popular e à função de secretário de cultura do estado. Mas no primeiro semestre de 2011, ele vai voltar a ser lembrado como escritor, com a publicação do romance O jumento sedutor, que vai interromper um silêncio de mais de uma década sem livros novos.
O jumento sedutor integra um projeto maior, é apenas a primeira parte de uma ideia que tem pelo menos outras três. ´Resolvi dividir o livro em partes independentes porque hoje ninguém mais lê livro grande e eu só sei fazer livro grande`, explicou o escritor. Segundo ele, o segundo e o terceiro volume já estão encaminhados.
Apesar da expectativa do seu retorno como escritor, Ariano não se diz muito otimista com a recepção do público. ´Tenho a impressão que o povo vai odiar isso`, disse. Sem adiantar muio sobre o enredo da primeira parte, Ariano apenas informa que o projeto vai trazer alguns fatos da sua vida. ´Não faço diferença daquilo que escrevo do que eu vivo`, observou.
Esse aspecto biográfico vai se refletir, por exemplo, na presença das aulas-espetáculos e de pessoas que o cercaram durante os anos à frente da Secretaria de Cultura. ´Todos os bailarinos aparecem no romance, a aula que fiz em Arcoverde vai aparecer no segundo volume`, revelou Ariano. O romance vai ser lançado pela José Olympio, editora que vem publicando os títulos do paraibano.
O último título publicado pelo autor havia sido Poemas, coletânea organizada por Carlos Newton Júnior que saiu em 1999. O romance mais recente foi História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana, de 1977. No ano que vem, Ariano conclui um projeto iniciado em 1981. ´Meu processo é complicado e lento`, justificou o autor, que tem o zelo de escrever à mão, já realizando a diagramação e as chamadas iluminogravuras.
Como todo escritor criterioso e criador de mundos, Ariano demonstrou seu cuidado no trato das palavras dizendo que não se prendeu às regras do novo acordo ortográfico. ´Nesse livro, escrevi algumas partes em português antigo e falsificado`, apontou. Informações e foto do Diário de Pernambuco.

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