Previdência privada ou poupança?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Muitas pessoas já ouviram falar em previdência privada no Brasil. Outras já entraram na onda e contrataram um plano para complementar a renda na aposentadoria. Poucos são os que se informam sobre o funcionamento desse tipo de investimento. Confundem com as aplicações financeiras normais, que podem ser resgatadas após um, dois ou três anos. Para os apressadinhos, um plano de previdência pode sair caro por conta das taxas cobradas pelas instituições financeiras. Especialistas recomendam que o investidor de primeira viagem faça as contas e veja se é mais rentável entrar na previdência privada ou fazer ele mesmo a sua poupança para o futuro.

´Não consigo visualizar uma previdência privada por menos de 10 anos. Menos tempo do que isso o plano vai sair muito caro para o investidor. As taxas de administração podem chegar até 3% e de carregamento até 5%`, diz Mauro Calil, educador financeiro do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio. Segundo Calil, os fundos de previdência atuam na lacuna governamental e na voracidade fiscal, para vender benefícios fiscais que nem sempre compensam quando as pessoas vão usufruir o dinheiro na aposentadoria.

Para começo de conversa, o investidor deve saber que no plano do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) o Imposto de Renda (IR) é calculado em cima de todo o patrimônio e não somente sobre o rendimento. Esse tipo de produto permite abater até 12% da renda anual tributável no cálculo do IR. No VGBL não tem o desconto do IR. Calil exemplica: uma pessoa que recebe por ano R$ 100 mil e tem 27,5% de imposto retido na fonte, caso tenha um PGBL poderá investir 12% da renda (R$ 12 mil) no fundo e ter de volta R$ 3.300 do tributo retido na fonte.

O educador financeiro prossegue com o exercício mostrando que, a princípio, economizar R$ 3.300 pode parecer um bom negócio, mas é preciso analisar o cenário a longo prazo. Em dez anos, Calil mostra que R$ 12 mil aplicados em um fundo de previdência privada que rende 12% ao ano, considerando as taxas decarregamento de 2,5% e de administração de 2,5% desde o início do investimento, com regime regressivo do IR no resgate, terá um valor líquido de R$ 22.669,23.

Se o investidor colocar o mesmo valor inicial de R$ 12 mil na poupança ou no fundo de renda fixa, com a mesma taxa de administração de 2,5% e rendimento bruto de 12%, o desconto de 15% do IR recairá sobre o rendimento. Descontada a inflação do período, ele terá ao final do prazo o equivalente a R$ 23.758. ´Ao final de dez anos o benefício fiscal de cinco pontos percentuais seria minimizado. Outro detalhe é que a renda fixa poderia gerar uma renda vitalícia de R$ 237,58, enquanto alguns planos de previdência não oferecem renda vitalícia ou não permitem repassar o patrimônio para os herdeiros`, completa.

"Não consigo visualizar uma previdência privada por menos de 10 anos. Menos tempo do que isso o plano vai sair muito caro` Mauro Calil, educador financeiro
Diário de Pernambuco

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